Indícios.
Os dedos seguem um caminho pré calculado,
Por entre as madeixas a descobrir a maciez,
Perdem-se na contemplação do emaranhado,
Depois submergem e recomeçam tudo outra vez,
Erguem-se os olhos como a buscar o infinito,
Deparam-se com duas gemas de janelas abertas,
Dentro delas uma alma com um sorriso bonito,
Propiciando o enriquecimento de novas descobertas,
Os dedos percorrem espaços no contorno do rosto,
Acompanhando cada célula com extrema delicadeza,
A energia se espalha na percepção do mesmo gosto,
Na fluência recíproca e clara dadas nesta certeza,
O roçagar de epidermes dá asas a imaginação,
Comparando o conceber a um ato de franqueza,
A desprendida aspiração de interagir em doação,
Resgatando as atitudes anunciadas pela natureza,
Os dedos vão ressalvando histórias nos espaços,
Com extremada argúcia em compassos gentis,
Percorrem caminhos como se fosse à melhora de passos,
Na noite, no começo da manhã ou nas tardes gris,
Chegam aos seus propósitos na evolução faceira,
A manifestação singela na perpetuação do afeto,
Uma permuta ingênua nos toques da mão ligeira,
Deixando a nota audaciosa do meu momento predileto...