Altivezes.
Os assentos ocupados, pessoas em absoluta frieza,
Mães com os descendentes no colo, sacolas na mão,
Ninguém a posicionar-se a uma ação de delicadeza,
Cada um no seu domínio em completa alienação,
Idosos que pela eficácia do tempo já não se sustentam,
Trabalhadores rasgando suas próprias expectativas sem certeza,
Enfermos que em suas debilitadas pernas não se aguentam,
No trivial, só um ato que lhes afasta da comum grandeza,
Pisoteamos uns aos pés dos outros sem pedir desculpas,
Aos favores não ofertamos nem sequer um obrigado,
Não há o respeito ao cidadão mesmo ao ato de pensar,
Segurar a porta do elevador tornou-se um ato complicado,
Os preceitos e adequados costumes caíram no esquecimento,
Não existem mais exposições amáveis nos cumprimentos,
A conversa atenciosa nos favores simples do entendimento,
A ajuda sem pretensão que eram praticadas nos segmentos,
Hoje já não são observadas as distintas e ingênuas convenções,
Embustes nos assuntos em deferimentos sem nenhuma sutileza,
Tratamos-nos com desdém imputando falsas demonstrações,
Na impura malícia e abandono na simplicidade de uma gentileza...