MATANDO  A  PAU

Vou embora pra terra de ninguém...
Lá a lentidão tem pernas longas
E o famigerado SUS funciona sem filas;
Lá os filhos da “P” não filam o dinheiro público.
Vou embora pra terra de ninguém...
Levarei comigo somente a esperança e a
Pança cheia de vento, corroída pela a boca
Maldita e corrupta do poder.
Vou embora pra terra de ninguém...
Lá irei além; além do fulano ou do  beltrano,
Que comeu a Verba  da merenda do Zezinho,
Que  é afilhado do prefeito come quieto...
Vou embora pra terra de ninguém...
Lá eu sou filho do rei Argemiro, que foi um
Filho da terra, calçou alpargatas de couro cru
E acabou saciando a fome da terra que ele
Nunca pode ter.

Vou embora pra terra de ningém...
Lá os  Delúbios da vida, não ludibriam a justiça;
Justiça-Injusta, que lambuza-se nas mãos fétidas
De um mísero cala a boca.



* Cala--boca- Cá pra nós do sertão, diz-se , quando uma pessoa se vende por um mísero dinheiro pra  não falar o que sabe de outrem.
 
Vantuilo Gonçalves
Enviado por Vantuilo Gonçalves em 04/07/2013
Reeditado em 04/07/2013
Código do texto: T4371362
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