A louca...

A louca andava pelas ruas, meio vestida, meio nua...

Urinava-se toda... conversando com a lua...

Fazia da lua sua maravilhosa barriga de feto e de afeto...

Eram duas: a louca e a lua... almas gêmeas, tão belas e tão puras...

A louca mexia a boca e revirava os olhos ...enquanto isso saía de suas entranhas esquisitas palavras poéticas...

Eram termos de amor, às vezes, de dor, de sorrisos e carinhos nos cães, nas gentes e nas formigas... até nas plantas e nas sementes...

Dizia que as formigas protestavam por melhores condições de vida... Mais vida e felicidade nos formigueiros, o ano inteiro!!!!! E aí saíam a protestar pelas ruas....

Eram duas: a louca e as formigas...

E ela, a louca, continuava sua poética vida... meio vestida, meio nua, meio lua...