(Imagem Google)


Meu
Divã 

 
Meu querido divã
És meu aconchego, meu abrigo
Meu amigo, meu companheiro
A ti revelo meus anseios
Minhas culpas, meus medos
Você me ouve e não me recrimina
Não me julga, não me discrimina
Sorri e me abraça, gentil
Num gesto paternal, quase senil
Loucuras da alma, desejos acalma
A mente borbulha, o coração explode
Lembranças que vêm à tona
Saudades, angústia, solidão
Amores perdidos, outros esquecidos
Torrentes de paixão, amizades que se vão
A vida que passa, o tempo que faz envelhecer
As dores do corpo, da mente e da alma
Não há remédio que me faça esquecer
Eu quero viver, não quero sofrer
Encontros e desencontros
Mentiras, dúvidas, hipocrisia, falsidade
Sorrisos falsos que escondem a verdade
Felicidade ilusória que corrompe a alma
Amigos que negam a mão
Silêncio ensurdecedor das noites solitárias
Aquele olhar de criança faminta
De pão, água, carinho, de colo de mãe
A impotência diante dos fatos atuais
As injustiças com seres humanos e animais
O ideal, o ponto de equilíbrio, a bandeira branca
A paz interior, a glória da vitória, a satisfação da nação
O bem vencendo o mal, a cura vencendo a dor
O amor maior, a fé, a confiança, a justiça
A esperança de dias melhores
Meu velho amigo divã, de costas largas
De coração quente que absorve as lágrimas
De braços fortes que carregam o peso
Desse corpo cansado, sofrido e abatido
És tu meu porto seguro, meu arrego
O calmante natural, meu sossego
O tempero que dá gosto ao prato
Da vida que temos que enfrentar, de fato!
Obrigada!