Prefiro chorar a me dopar

Tantas vezes eu caí,

Quantas tantas levantei?

Me refiz depois de arder,

Sobrevivi e voei.

Hoje adormecem a fênix,

Que tantas vezes sobreviveu a dor,

Uma dose de engolir,

Engolindo o choro com o torpor.

Às vezes finjo que esqueci a dose,

Prefiro chorar até adormecer,

Acordo refeita noutra manhã,

Porque deixei o sofrimento esmaecer.

Não adianta tentarem me dopar,

Não me alivia o choro sufocar,

Às vezes minha alma precisa chorar,

Deixa esse calmante pra lá.

Izabel Bento
Enviado por Izabel Bento em 07/07/2013
Reeditado em 07/07/2013
Código do texto: T4376777
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