TANTO PLANO, PLANO ALGUM

Tinha um plano aquele ano. O plano de escrever um livro, de uma história envolvente. Traçou assim todo o plano em sua mente. Pensou na trama, no braço do rapagão, na dama e no nariz do vilão. Pensou em um final vibrante. Fulminante!

Era hora da continuação. Outro plano em ação. Não deu tempo de escrever o primeiro, pois todo o tempo que possuía era necessário para pensar no segundo, arcano. Que plano!

Não lhe restaram opções, senão planejar a trilogia. Suspense, ação, magia. Plano atrás de plano, que alimentavam os próximos planos. Começou com um plano por mês, montando, excitado, os cenários. Castelos, prédios, planetários. Passou a planos semanais e, então, diários. Planejou tudo, do início ao fim, vírgula a vírgula, tim-tim por tim-tim.

Planejou fazer mais planos, e assim, planejando, deu seu último suspiro, injustiçado, aspirando pelos planos que ainda não havia planejado. Chegou assim ao grande final.

Tanto plano, ou plano algum, não escreveu livro nenhum, afinal.

Josadarck
Enviado por Josadarck em 14/07/2013
Reeditado em 07/04/2022
Código do texto: T4387190
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