Prosa poética aleatória improvisada

Casa, carro, escritório, shopping

ad infinitum

ad absurdum.

O desejo já não satisfaz.

Melhor que vencer tentações é ceder.

A necessidade corrompeu a todos e tudo.

Consumir muitos produtos

que nos consomem.

Trabalhar cada vez mais pelos ideais vendidos e comprados conforme o caso.

Nada mais comum que um comunista egocêntrico e capitalista

que luta pelos seus ideais.

Nada mais normal que pensar em si primeiramente e não ser chamado de egoísta.

A novidade vira rotina.

Ah!, mundo enganador.

Não sabia que ignorância valesse tanto.

Ser feliz resume-se em um longo romance: ser ignorante.

O rio de dinheiro aumenta e nele me afogo.

Largo o vício e sou chamado de louco.

Taco fogo no carro,

abandono a família (sou abandonado),

doou o vasto patrimônio fruto duma loucura inconsequente,

xingo todos vizinhos desconhecidos

e fui morar no mato.

Levei meus gatos e mais alguns:

companheiros inseparáveis

e nunca mais me senti sozinho.

Os lobos ainda reaprendi a com eles conviver

em harmonia com a verdadeira natureza.

O diabo desde que aprendeu com os homens

passaram a se respeitar.Ambos saíram ganhando.

Era o que comprei,

sou o que carrego no simples natural corpo

que nem roupa suporta

mas veste a essência de ser

e despe o que é inútil por ser.

Trabalhar entre ronronares...

e lá no desconhecido

morei e trabalhei para moldar o pedaço de terra

que fiquei na dúvida se meu corpo só meu

ali caberia.

Pena que todo esse peso leve sentir

guardou morada nos sulcos dum cérebro universal

e entre palavras.

Victor Ricardo
Enviado por Victor Ricardo em 15/07/2013
Código do texto: T4388399
Classificação de conteúdo: seguro