Virgulando o Tempo

O sono bate quando deitado ouço pingos de chuva cair no telhado

Mas pensamentos gritantes não me deixam em paz!

Pensamentos entusiasmados, extasiados

Ou mesmo melancólicos e desesperados

Fico planejando o futuro e também o passado

Fico tramando dias e relembrando aqueles dias...

Me sobe um medo quando penso nos obstáculos que terei que enfrentar,

Mas me animo quando lembro dos que já venci,

Mas lembro também das batalhas que perdi,

e dos erros que cometi,

de quando fui menos do que esperavam de mim...

A angústia do meu coração me sobe a mente,

Involuntariamente, sinto o que não queria sentir...

Toda essa brisa, esse som do mar que ouço a cada vez que sonho,

Tristonho, é não poder mudar o passado e não saber o futuro e o presente..

Mas que presente?! Esse nem veio embrulhado,

Todo embrulhado, meu estômago, de tantos planos inalcançáveis, utopias esmagadoras, Mas eu tenho esperança e mantenho o otimismo de que pelo menos vou ser otimista.

Pois é esperançoso ver pessoas esperançosas lutarem com braveza,

Enfrentando a sua própria falta de poder.

E eu sempre fui o que montava a estratégia, mas nunca fui a guerra.

Só que é preciso lutar a cada dia!

Por isso eu quero ser transcendental, mas realista.

Pois no meio de tanta falsidade, até o amor o que há de mais belo e puro,

É sujo, sujado e perturbado com sentimento e hábitos banais, carnais...

A juventude que poderia ser como noutros tempos a fonte de mudança, é padronizada por eles mesmos.

Antes eu sonhava na madrugada, acordado, com o que ia de acontecer

Hoje eu durmo e sonho sonhos atrasados, decepções atuais do meu querer, do meu ser...

Quero ver um sol diferente no céu, gargalhando comigo

Quero ver a lua se orgulhar de mim e ser seu melhor amigo

Eu quero tudo novo, sem desprezar o que há de bom no antigo

E enterrar de uma vez por toda no passado, todo o meu vício.