Se tiver audácia, leia-me!

Seja lá como isto soará a você, direi umas poucas e boas verdades, que destrói qualquer alma virtuosa, esperançosa, espantosa!

Ora, já que tem tamanha audácia, desafio-lhe a ler tudo o que tenho para expor. Percorra minhas veias, sinta minhas pulsações, meus batimentos, minha mudança de humor. Enfim, leia-me cuidadosa e deliciosamente.

Se houver necessidade, releia-me quantas vezes for preciso.

Quero pô-lo em minha humilde moradia vital, em contato direto com meu coração.

Sinta o sangue que lhe cobre e o odor ávido desejoso e único da poesia que voa das veias com destino único os neurônios, que serão responsáveis por distribuir espasmos pelo corpo todo. Sentindo, assim, a realidade de um modo diferente do convencional.

Revire-me com amor. Acalente-me com fervor. Bagunce-me. Reorganize-me.

E então, venha cá. Sente-se e deixe que eu lhe conte alguns segredos que, talvez, nem eu tenha conhecimento.

De forma alguma tudo o que exponho aqui quero que seja visto com olhos fúteis e irrelevantes ou que seja referido com pena. É apenas mais um dos tantos outros desabafos, cuja poesia-mestra me possibilita a aquisição da liberdade oriunda, sem regras, sem limites, sem direção traçada, sem sentimentos reprimidos. Por isso é importante que se liberte e leia sem medo e que construa sua própria imagem diante do escrito, mostrando sua característica única de leitor e autor. Não se prive diante dos impactos que possam lhe causar e, a coisa mais importante é jamais se regrar aqui, neste meu canto.

Se já chegou até aqui, – quanta audácia! Não me impressiono! – creio que não encontrará dificuldade alguma em entrar em contato com o que eu mais gostaria de expor: OS PIORES SENTIMENTOS QUE ME CORROEM.

Se você pretende chegar até o fim, terá de mostrar fibra. Levante-se um instante, tome um copo d’água bem refrescante e volte – MAS VOLTE! – Continue de onde parou e não pule nenhuma linha, pois estará pulando um momento esplendido!

Nasci, cresci, mudei. Chorei, gritei,exigi, aprendi, pedi, na vontade permaneci.

Pedi, pedi, pedi, chorei, peço, peço, imploro, quero e não só, mas quero!

Fiz coisas de que me arrependo, e, me arrependo de coisas que não fiz.

Esperei por coisas irrelevantes, relevei pedidos impiedosos.

Sofro por ter perdoado, perdoei por ter amado.

Amei por ter respeitado, respeitei por ser necessário.

Foi necessário porque procurei, procurei porque me completaria.

Completando, achei que seria feliz e estava enganada.

Criei minha própria teoria sobre a felicidade.

Falei inúmeras vezes, mas ninguém foi capaz de me ouvir.

Explodi em ações e, sofri punições.

Parei de idealizar, parei de buscar.

Busco nos outros, que estão longe de mim, aquilo que mais preciso.

Encontrei na poesia, uma das melhores companhias.

Encontrei motivos para continuar, expor.Mas preciso que alguém leia. Preciso que alguém me abrace, pois mudei de teoria.

Alguns segredos, aqui, agora, não serão revelados pelo simples dissabor dos rascunhos desmazelados. Esperem que eu componha em desordem, para mais segredos soltar a vocês.

Você que foi audacioso e chegou até aqui, obrigada por ler-me. Esta sou eu, em cada verso, cada linha, cada palavra. E, em cada, formando tantas novas outras, num desabafo sutil e integralmente fatídico.

 

Lilian Pagliuca
Enviado por Lilian Pagliuca em 18/07/2013
Código do texto: T4393082
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