A NOIVA

No Ipiranga, abaixo do nível do asfalto,
flutuam sofás desbotados, algas pardacentas e,
quem sabe, algum peixe teimoso –
sobra do dilúvio...
A noiva, vestida de branco,
toda tarde vem e pousa no leito amado.
Desconhece que a cidade fez dele um rio morto.
Na sublimidade da noite que cai,
vaporosa, se eleva em voo gracioso,
a garça branca, rumo ao cais do porto.