E quando sua vida esbarra em outra que não deveria ter encontrado, ela fica marcada feito cicatriz a ferro e fogo. Um temporal intenso e forte, sua vida sendo devastada como se arranca pela raiz a maior que possa existir das arvores. Me sinto ainda assim, arrancada de minha raiz forte, sem chão, sem vida, sem sangue nas veias, sem norte.
Sou uma aeroporto, como todas as chegadas e partidas diárias. Nada fica por mim, tudo se esvai, se saí, vai embora e fica como por segundos de uma tênue existência. Queria não ser porto, mas ser apenas um lugar seguro. Sem idas e vindas, mais apenas com chegadas que ficam cravadas na alma sem que exista a real pretensão de sair ou partir.
Cansada estou de não ficar, de não ser morada de tudo aquilo que me invade. De explodir no peito a liberdade que em mim falta. De apenas ser e não ter, querer e não possuir, chegar e sempre partir. Tudo se torna redundância quando se trata de um coração feminino regado a todas as incertezas de existir e ser dependente.
Só busco ainda cumprir minha missão de não buscar o que tanto almejo.