E no dia que minh’alma se abriu por inteiro, eu não chorei. Porque não havia lágrimas, apenas o langor de acreditar que minha vida seria mais uma vez marcada pelo acaso da injustiça terrena. Onde os sentimentos se confundiam e a prova de que viver ainda valeria a pena se tornava mais clara.

Reascender, sobreviver, reviver. Por mais que a vida me tenha sido não muito cúmplice eu ainda tive a chance de recomeçar como um recém nascido que vem ao mundo para uma nova missão. Essa me foi dada e todas as providências já foram tomadas.

Não julgueis aquilo que se torna essencial em meio a licitude de ser apenas uma alma que se abre e se mostra em toda sua face. Adversa, nociva, límpida, verdadeira, única, tantas atribuições.

O dia em que minh’alma se abriu por inteiro eu roguei uma prece aos céus, como se fosse minha ultima suplica. Aquela que só no leito de morte és que alguém tende a coragem de fazer. Sou um pseudo-drama ambulante, um vulcão em estrita erupção, uma maré vida, uma tsunami efusiva. Um conjunto avassalador de decisões a flor da pele.
Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 05/08/2013
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