” Sequem-se as lágrimas. 
Sequem-se as mágoas. 
Minha alma agora quer sorrir. 
Cessem as dores. 
E feridas de amores .
Minha alma agora quer sorrir. “

Quando o eixo da minha vida saí do seu lugar de origem é como se tivesse passado por mim um tornado com o maior grau que existe. Me sinto devastada, assolada, mexida e ainda com os pés no ar. Quem tem algo obscuro e dolorido dentro de si que nunca conseguiu externar na vida, se sente mais ou menos como eu ainda me sinto, quando você consegue falar sobre isso. Não sei como, mais consegui.

O que não significa nada para você, talvez seja o que doí em mim. Ultimamente tenho sido uma fortaleza ambulante. Aguentando vidas e vidas dentro de mim, de pessoas que entra, devastam e saí de mim. Outras até ficam, se apoderam do que podem e se tornam donos internos de mim. Estranho é ser tão devastada sem sentir, ou ser aberta ao que o mundo quer me oferecer.

São segredos e sigilos, algo que ninguém nunca entenderia. Talvez só que sinta uma dor parecida ou quem tenha uma preocupação extrema com isso, venha entender. Mais a gente morre sozinho, infelizmente. E começo a crer com mais veemência sobre isso. Por mais que digam que se preocupam comigo, cada um tem sua vida, suas dores, seus amores, seus limites. Escondem de você a vida deles e te fazem sentir um pouco por fora do que seja o mundo deles. Mesmo assim, minhas coisas serão minhas coisas. Por mais ambíguo que seja, muito disso se torna necessário. A vida te rebate a certeza de que não se deve mais esperar muito.

Viver em um Universo Paralelo onde se esconder por detras de uma armadura é convencional, se torna bastante comodo. Até o ponto que suas fragilidades são expostas em um prato suculento de tomates e pimentões. A verdade as vezes vem regada a mais barata que seja das bebidas em que as lágrimas brotam quando se menos espera.

Em mim, hoje existe um vazio no meu peito. Algo que só eu entendo e por mais que eu tente explicar, ninguém conseguirá sentir o que sinto, viver o que vivo. E acreditar que um dia os braços de alguém que venho a amar possam não me convence mais. Não adianta esperar, não adianta devotar-se, estou marcada desde o inicio da minha existência a uma sina que eu quero quebrar e destruir.

Que venha essa nova vida. Aprenderei a andar só.

Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 05/08/2013
Código do texto: T4421043
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