Isso que me abate, quando a saudade em mim invade é que tenho a certeza de que muitas coisas desse  mundo me fazem falta. Coisas, pessoas, sentimentos o mundo inteiro em minhas pequenas mãos e meus imensos olhos de incerteza. Minha cabeça anda tão cheia de vento que qualquer dia vou sair planando nesse mundo.

Talvez eu queria estar longe, em uma distância razoável de tudo. Para que nada me tome tão por inteiro como ando sendo tomada. Parece que agora todos os sentimentos e gostos me invadem de tal forma que meu ar se transforma e meu fôlego quase acaba. Tenho falta de ar excessiva, pouca gente sabe. Quando meu mundo é invadido e consumido pelo que nem eu mesmo entendo. Algo que eu mesmo causo e compro, tenho essa forma louca e intensa de viver a vida.

Queria que fosse normal, sentir o sentido como todas as pessoas sentem. Como o mundo respira, como a terra brota devagar, o mar me levar como se eu fosse apenas uma onda que quebrar e volta a ser água.

Queria ser Ana, queria ser o mar. Queria ser Mariana, Virgina, Sophia, Julieta, Vitória, tantas e mais tantas. Queria apenas ser eu, entregue ao mar como um amor que se faz sem pedir nada em trocar. Sem necessitar de recompensa ou agradecimento. Queria apenas existir e ser algo tão essencial para alguém que eu seria o seu ar, seu lar, sua vida. Queria ser a intensa história de contos de fada que minha mãe lia para mim quando pequena. Quando mundo que me invadia era tão puro que nada faria mal ou tiraria o que já era meu.

Talvez eu só queria, ou nem queria. Eu não sei o que passa por mim. Nem quero ousar perguntar. As vezes parece que fui atropelada e quem me salvou está mais perdido que eu. Em viver o que eu não sei, em amar o que não sei, em querer o que não sei, em desejar o que não é meu, mais já me pertence.

Minha cabeça, meu ser, meu tudo estão confusos. Só queria me recostar no teu peito apenas e ver que tudo isso não passa de balela. Poder encontrar a paz em mim que já pertence a ti.

Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 05/08/2013
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