Com um tom frio e saudoso tua voz me visitou hoje. De uma forma discreta e um tanto formal. Onde as batidas descompassadas do meu coração ditavam o tom de nossa conversa. Sua voz já fazia parte de mim sem ao menos ter ouvido na vida. Como se eu já pertencesse ao timbre que encorpa a voz daquele que escolhi para entregar meu pequeno coração.

Com um sorriso me recebeste, ao som desconhecido de um sotaque já esperado. Uma forma inteira de ser sua e você me pertencer por segundos. Tantas coisas confidenciadas e aquela forma peculiar que já temos de nos desafiar nessa vida. Queria não ter te conhecido, ou queria que você não tivesse me achando. Você sabe meus porquês, mais do que ninguém nessa vida.

Os sons se confundem, pelo centro da cidade que brilha ao gélido fim de tarde, regado ao tom colegial que te envolvia. Me dedicastes alguns segundos do teu dia para me escutar falar das minhas tão poucas bobagens. Uma prova de que ainda vale depositar ao acaso esse sentimento, 

Foram planos e promessas feitos entre duvidas sempre pertinentes. Um coração descompassado de um lado da linha, e do outro lado um que não entende ainda tudo que acontece e se apresenta de forma tão bruta na sua frente. Queria menos imediatismo e mais romantismo na minha vida.

Queria menos realismo e mais sensatez. Queria apenas o 0,01% prometido, mesmo sem certeza, aonde meu coração se agarrou da forma mais linda possível.  Eu apenas queria, não querer mais e cumprir as promessas que faço antes de dormir. E ser forte o suficiente ao acordar.

O ar que toma conta dos meus pulmões agora ainda é aquele descompassado. Parei no tempo. Parei em mim. Parei no eu que sou pra você. Parei no bastante que busco para um dia poder te pertencer e tudo se fazer realidade as nossos olhos.