Minha Casa

Em mim moram lembranças que me trouxeram onde estou.Mora também esperança, combalida esperança, a quem trato como médica a paciente, pois se morre ela, morro eu.

Moram muitos afetos e poucos, mas reais desafetos.Moram amores em mim, de todas as naturezas.

Habitam meu sótão culpas, medos, desilusões e outros sentimentos feios, que me assombram, vez ou outra, atrasando meu caminho.

Ódios, não passam muito tempo aqui, portanto não têm domicílio em mim.

Abri vaga, para a paciência, a determinação, a força de vontade e a organização.

Estou dispensando as mágoas, os rancores e a intolerância.

Sou casa onde há lágrimas e risos, som e silêncio, claro e escuro, afinal para dormir e sonhar não preciso de luz.Paredes e essências de vidas que por mim passaram, deixaram tijolos que edificam meu lar em constante construção.

Evelyne Furtado

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 08/04/2007
Reeditado em 11/12/2008
Código do texto: T442260
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