Quente Inverno

Um frio no semiárido gosto.

O cobertor da família farta.

Descaso de Deus ou do Padre?

As verdades servidas frias à mesa.

Sem água, sem comida, sem terra.

Casa, eles têm.

Feita de taipa com madeiras atreladas e cobertas pelo barro vermelho por suas mãos.

Um Lobo uiva e sopra...

Ruiu,

Bruniu,

Fugiu

Todos foram para a Cidade de São Paulo.

O inverno quente da estrada morta.

Um novilho exposto ao chão, pedinte de enterro.

Feche os olhos dos meninos.

Dizem que a selva é de pedra aguda.

Um luar de bola cheia,

Ilumina os cantos dos olhos.

Um ser vivo que sofre,

Vive de esperanças.

O pai segue carregando seus filhos e o menor no colo à chorar.

Um deles, um dia, comenta: deverá ser professor.

É ali, aonde mora a verdade dos fatos, que nasce a esperança.

-Educação, não é tudo??

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2013, Diana Balis. Feliz dia dos pais, com esperança.