O MENINO DE ONTEM"


Vinde a mim o menino que eu fui!
Sinto saudade.
Que alegria esperar qualquer dia,
um momento qualquer,
simplesmente viver.
Viver pra mim era caminhar
ao lado do meu pai e ver Lairzinha.
Não precisava de festa,
doce e nem de um sorvete.

Festa pra mim era Lairzinha e a presença do meu pai:
“esse é o meu secretário!”
Eu tinha somente cinco anos.
Que doce ouvir que eu fazia parte da vida dele.

Aos cinco anos entrei no colégio particular,
uma sala de aula em casa de família.
Rapidinho sabia ler e escreve,
não precisou nem de um mês.
E eu ficava ainda mais feliz,
sentindo a felicidade do meu pai:
“esse é o meu braço direito!”
Falou ele a uma mulher linda
e Secretária de um Sindicato.
O elogio foi a melhor forma de valorização,
e a linda mulher provocou-me desejo.
Fiquei imaginando ela nua, nuinha,
uma mulher com cabelo na baratinha e tudo.

Já estava satisfeito e escolado,
de ver as meninas de baratinha sem pelo.
Ver mulher linda
e elas olhando maneiro para o meu pai...
Isso era verdadeira alegria,
que aconteceu muitas vezes.

E eu quando caminhava ao lado do meu pai,
aproveitava e ia aos meus galopes de sonhos,
que sempre se renovavam.
Era uma alegria sem pecado,
meu pai com várias namoradas,
e eu sonhando que uma sobrasse pra mim.


evaldodaeiga@yahoo.com.br


 
 













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