Caminhada

Sou como a criança
que, insegura, dá seus primeiros passos.
Meu coração palpita ansioso no vazio
que existe entre o sentir e a razão.
Tento não pensar...
Tento calar no peito
as palavras de dor que me perseguem...
Saio pelo vento,
flutuando, orbitando pelos espaços...
E nesta solidão que se avizinha,
deixo aquietar, convenientemente,
o mar das minhas dúvidas...
Na complexidade dos pensamentos,
paradoxos sem sentido,
vou tentando viver a simplicidade de cada amanhecer;
vou tentando sobreviver
das migalhas de luz,
pão que sustenta a alma
e a minha alegria de viver...
Por vezes penso em desistir;
mas meu altruísmo,
latente estado de enlevação,
insiste em meu calvário.
Queria mostrar a beleza infinita
que me cerca o sentimento,
mas toda a fala é muda
e toda palavra é cega de significado...
Quero acreditar, então, que tudo seja visto
com a sensibilidade que aflora no universo;
entretanto, muito tenho que esperar,
pacientemente, pelo tempo,
das minhas esperanças...
O que me reserva essa estrada?
Não sei... quem sabe?
Escolhas são feitas
e lançam se todas à roda da vida...
Se flores ou espinhos, já não importa....
Sei que não há volta,
apenas um longo caminho pela frente
em que, espero, com o céu possa contar;
em que, ao menos, meus anjos me sejam
o conforto na exata medida
para que eu possa
continuar caminhando.
Sol Galeano
Enviado por Sol Galeano em 27/08/2013
Código do texto: T4454445
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