Estou cansada...

Estou cansada... Minha vida se resume num cálice onde transborda sentimento... Vinho cor de sangue que faz ressurgir a idéia de Morte, Calvário, sombra... A noite é negra, e com ela vem à saudade daqueles que choram.

Estou cansada... O sol do dia nasce sem alma, sem luz... As crianças brincam dentro de redomas onde o vento forte bate, mas não entra... Brincam como se tudo fosse belo, fantástico, gracioso... Sabem transformar a falta numa demonstração de carinho... Vivem...

Estamos fechados. O rio corre e não podemos pará-lo... O horizonte fica cada momento mais distante... Os sonhos são apagados... A fome governa os grandes e pequenos círculos... Sofrem todos... E a agonia dos fracos reina nesse mundo onde só há loucos a divagar pelas estradas onde os lobos passam em bandos em busca de um lugar melhor...

Continuo cansada... Meu espírito quer liberdade, quer vida... Amar sem necessitar ser amada; sonhar sem precisar do sonho; viver sem precisar de vida... Ter e poder aproveitar o amor...

Quero ter a paz que os Homens tanto pedem... Me abrir para o mundo como uma flor quando o dia nasce... Quero ser a Águia pura, cristalina, livre...

Andréa Farias (republicação)

Andréa Mélo De Almeida Farias
Enviado por Andréa Mélo De Almeida Farias em 11/04/2007
Reeditado em 13/04/2007
Código do texto: T445479
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