A morte, esta cínica.
Chamam-na, viagem.
Porém, aquém dum enigma
é decididamente  estigma
que entorpece, intimida.
 
Como uma teia de aranha
pronta para pegar a presa.
Mas que ao final,
agarra apenas seu propósito,
ou agonizante alvo
 
Não devo, nem irei temê-la.
Pois, a mim cabe simplesmente,
o vôo solitário do condor.
Embriago-me de vida e largo-me...
Eis minha opção.
Ou então que me
proponham algo mais útil,
que a entrega,
ou mais puro que a procura.
 
Enquanto não,
sigo de encontro à ventania.
O temporal, escorre
acidamente por meu rosto.
Assim, sinto  o universo
aspirar-me a existência.
 
Enfim, com olhos rubros
vislumbro o infinito levar-me
ao seu coração árido.
Instintivamente meu corpo delira.
 
Suplica desavergonhadamente 
a alma estúpida, por vida...
Contudo, com certa indiferença
nesta hora, ela torna-se

silenciosa, fria, frígida, (ausente...)

Esta é uma obra de ficção, não expressa
necessariamente a opinião do autor.