Ao Alfa e Ômega
Sei que esperas de mim a justiça.
Ela é melhor que o sacrifício.
Por mais que demore.
Por mais que eu espere.
Nada se compara ao subir ao pódio.
Ando noites inteiras escalando a escuridão.
Vivo todos os dias sem explicação.
Mas no soar dos sinos vejo a luz
Ao findar da jornada vem a lição.
Tropeço e caio.
Levanto e saio.
Ergo e novamente enlaço.
Sem perceber me embaraço.
Por quê tantos tropeços?
Por quê tontos “trepêços”?
Teias de incontáveis ligações!
Sem fim, sem compreender estremeço.
Só há um fim e ele é o meu alfa junto de Ti.
Espero este encontro.
Espero ansiosa, este retorno.
Juntar-me a Ti e finalmente
Ser compreendida e compreender.
Quanta ignorância!
Quanta confusão!
Quando penso que sei,
Mergulho novamente num poço
Sem fundo, sem fim, sem lógica.
E se não tiver equilíbrio descomunal
Despenco de minhas crenças e lá fico.
O infinito eu quero.
O infinito de amor.
Na lógica do belo e puro.
Na pura beleza da lógica.
Me jogo inteira e permaneço intacta.
Sem máscaras, nem faz-de-contas.
Aceitas-me, na retidão.
Ouves-me na íntegra.
Separas-me do injusto.
Amas-me e me acalantas, Alfa e Ômega.
19/05/09