Ao Alfa e Ômega

Sei que esperas de mim a justiça.

Ela é melhor que o sacrifício.

Por mais que demore.

Por mais que eu espere.

Nada se compara ao subir ao pódio.

Ando noites inteiras escalando a escuridão.

Vivo todos os dias sem explicação.

Mas no soar dos sinos vejo a luz

Ao findar da jornada vem a lição.

Tropeço e caio.

Levanto e saio.

Ergo e novamente enlaço.

Sem perceber me embaraço.

Por quê tantos tropeços?

Por quê tontos “trepêços”?

Teias de incontáveis ligações!

Sem fim, sem compreender estremeço.

Só há um fim e ele é o meu alfa junto de Ti.

Espero este encontro.

Espero ansiosa, este retorno.

Juntar-me a Ti e finalmente

Ser compreendida e compreender.

Quanta ignorância!

Quanta confusão!

Quando penso que sei,

Mergulho novamente num poço

Sem fundo, sem fim, sem lógica.

E se não tiver equilíbrio descomunal

Despenco de minhas crenças e lá fico.

O infinito eu quero.

O infinito de amor.

Na lógica do belo e puro.

Na pura beleza da lógica.

Me jogo inteira e permaneço intacta.

Sem máscaras, nem faz-de-contas.

Aceitas-me, na retidão.

Ouves-me na íntegra.

Separas-me do injusto.

Amas-me e me acalantas, Alfa e Ômega.

19/05/09

Maria Regina de Araújo
Enviado por Maria Regina de Araújo em 10/10/2013
Código do texto: T4519510
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