Busca.
Onde estará o poeta que cantava para a lua,
Com seus magistrais odes de pacificação,
Que abria o seu peito deixando a alma nua,
E não escondia a pureza da sua emoção?
Onde será que está agora neste tempo fugaz,
Que dá preferência incoerente a termos insanos,
Não observando as referências que ficaram para trás,
E os bons feitos conquistados no decorrer dos anos?
Onde ficou armazenado aquele versinho de porfia,
A declaração apaixonada do primeiro bem querer,
A mensagem que expunha o desejo do que queria,
E as concordâncias que ele insistia em escrever?
Talvez tudo tenha se perdido junto com o vate na estação,
Ou, quem sabe, permaneçam guardados numa gaveta sem fundo,
Estejam sendo aproveitados como outro formato por padrão,
Juntas postas a combater firmemente as agruras do mundo,
Ou, por outra, ele esteja apenas esperando o tempo exato,
Para suas tantas anteposições de carinho tornar a compor,
Identificando a hora determinada a ser o momento sensato,
Para continuar entregando os castiços versinhos de amor...