Ressuscita, prostituta!


Invoco seus versos, porque não os tenho nestas linhas...
Há muito eles se perderam.
Invoco as estrofes bem rimadas, como as que existem nas formas envolventes de seu corpo sensual...
Mas agora só há podridão e esquecimento.
Onde está sua voz nessa canção tão triste e dissonante?
Onde está a bela musa que, tempos atrás, eu ofendia com minhas palavras de amor e ódio, afogando-me em vinho?
Este ritual é para que você retorne dos mortos;
Venha de debaixo da terra;
Recebo-lhe em meus braços cansados, com meu coração ferido e... quase morto.

Ainda lembro das noites em que eu sussurrava em seus ouvidos: "Você é minha inspiração. Dance comigo ao luar, embalada na canção destas notas noturnas. Preencha meu vazio com a essência da arte que emana da poesia, que é você; é essa lua; é esse vinho; é esse piano..."

Esse piano... que agora... está quebrado.

Minha musa, minha poesia. Morta e enterrada. Levante-se da cova!

Ressuscita, prostituta!
Ressuscita, prostituta!
Ressuscita, prostituta!
Ressuscita, prostituta. Seu espírito me acalenta!

Levante-se da cova e caminhe em minha direção. Dê-me sua mão e, juntos, vamos apagar nossas vidas da existência; desse mar de "bons costumes", para sempre.
Sr Arcano
Enviado por Sr Arcano em 15/10/2013
Reeditado em 01/03/2015
Código do texto: T4526986
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