A LUZ DA FESTIVA AURORA

Vai, vento sul ou vento norte vibrante,

Leva os queixumes e lamentos .

Corre, vento vadio e errante,

Arrasta os segredos e padecimentos.

Carrega o pranto dos que sofrem.

Passeando por sobre os pântanos ,

vales vazios e sobre as urzes.

Deixa ali , dos desesperados. as cruzes.

Ao passares por montanhas abismais

Joga lá toda a angústia do mundo

que os homens não suportam mais.

E esvazia os corações de tanta saudade

que fere fundo.

Corre por sobre os lugares ermos

largando ali, sem pena, os tormentos

que tanto enredam a alma

e machucam os sentimentos.

Vento frio, uivante, veloz ou não,

vai movendo pra bem longe

todos os temores vulneráveis.

Também qualquer abatimento

e os sons soturnos e indesejáveis.

E o lúgubre e sombrio inverno

para um afastamento eterno.

Mas depois,

oh! força indômita

da Natureza!

Volta aqui,

vazio de tristezas

e repleto de risos.

E traz contigo a luz

da festiva aurora!

E que tu tragas também

os sons de afinadas harpas

para que o sonho há tanto

adormecido,

possa enfim despertar!

E o deserto, de amarguras ausente,

possa enfim exultar!

Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 18/10/2013
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