Um poema de verdade

Um poema de verdade reluz como um diamante

E espalha côres nunca imaginadas

Arranca da alma musicas límpidas

Que fazem bailar o coração

Faz borbulhar o cérebro como o vinho

Faz arrancar do peito a luz

Chicoteia o tropel da esperança

Para a caminhada do sonho

Um poema de verdade

É rito na celebração da dor

E se dilacerando de felicidade

É lira nas canções de amor

Um poema de verdade

É feito de ostracismo e glória

E mesmo abraçado por grilhões

É dele o testemunho da história

Acorda a noite embriagada

E traz clarão ao dia

Incendeia a aurora preguiçosa

Para a cumplicidade da alegria

Um poema de verdade grita!

Ele anseia a sua imortalidade

Mesmo corroído pelas traças

Quer vida para cantar a eternidade!