Ponto de Ônibus

O dia escurece alheio à minha vontade

Vespertina dor da perda

Mais um dia que se vai

Ônibus e carros passam por mim

Cada um com seu destino

Fico aqui sem sentido

Enquanto aguardo a passagem do ônibus...

A noite se debruça sobre meu corpo cansado

Mas que ainda peleja em mais uma jornada

O movimento dos carros é incessante

Como os dias que se vão,

Desde minha “dolorosa” infância...

Agora, já noite, o que guardo do que é pueril

São as marcas no rosto

Retrato fundo de tristeza,

Eu nunca quis ser criança,

Pelo menos ainda não fui...

Meu ônibus está atrasado

Somente me protejo sob as luzes do imenso outdoor atrás de mim...