DE LER E ESCREVER

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Aos 08 anos, vestir a farda para ir pra escola era um prazer tão grande que comparo, hoje, a estar no palco cantando. A saia azul-marinho, plissada, com duas faixas verticais que começavam na frente e terminavam atrás, presas no cós da saia, e a blusa sempre branquinha, branquinha, lavada com pedra de anil, meias brancas até o joelho e sapatos pretos, os cabelos grandes, anelados (como dizia minha avó, que era quem cuidava deles), sempre presos (era tanto cabelo!!), a pasta onde guardava os livros e cadernos, e lá ia eu, miúda, branquinha, branquinha (quase da cor da blusa), caminhando pra escola que ficava em frente à Matriz nova. Ler foi uma grande descoberta e depois que aprendi, lia até bula de remédio só pelo prazer de ler. Escrever também me proporcionava grande prazer e lembro de, ainda no primeiro ano (primário, naquela época), ter feito uma composição (hoje chamam de redação) que chamou a atenção da professora e da diretoria do colégio (municipal), se não me engano o tema era "Mãe". Lembro do fato porque foi comentado na família, mas não tenho nem ideia do que foi que escrevi ali. Bom, com a mãe que tenho, não é difícil imaginar o quanto elogiosa a composição deve ter sido.

Amélia de Morais.

Amélia de Morais
Enviado por Amélia de Morais em 22/11/2013
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