Marcas de Outono

Destronadas estavam as estrelas na noite condensada

Quase desamparada aos pingos arquivados

Jorrados em cúmplices cisternas

Desconsoladas, incertas.

As copas que às árvores pertenciam,

Esvaíam-se em júbilo, quente e trancado

Armado aos milhares, uns calcanhares

A se arrastarem sorrateiros, em devaneio.

Imensidão no tocante à incerteza, superficial destreza

Era a alínea, um fonema escapulindo e já sentindo

Mensurando folhas com pendor à serrapilheira.

Um caso e tanto e outros tantos

Azul preto fosco, carne de pescoço

Macia, túrgida, tenra, suculenta, nutritiva.

A verde viva voraz esperança da voluntariosa dança

Que não extenua, jamais se cansa

Tem-se tido o trigo a misturar ao linfático caldo.

Teus nódulos despejam segredos, coisinhas e tais

Aos meus, coceguentas imperatrizes diabéticas

Reinando na soberania duma noite plena e assaz

Inesgotável.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 21/04/2007
Código do texto: T458714
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.