Sonhos do Amanhã

Não tardou a vida e já vislumbro o eterno

Não realizei sonhos vívidos, nem senti toda a dor desse mundo

E já me martirizam as sombras do que se foi para sempre

E nem restou um tempo de ser para o sabor dos meus sonhos

Desapercebi a vida que me acercou e amanheceu no entardecer

Não divisei as distâncias e me sinto perto da chegada

E já me doem as caminhadas para o resto das últimas sendas

Não tive o prazer de um amor verdadeiro pleno de dias risonhos

Não descansei a vida devida e já me sucumbo ao leito estreito

Semeei tímidas esperanças e me alcanço tão só na partida

E já me somam derrotas do que venci nas últimas contendas

Colhi modestos desejos de ser feliz na esquina de amigos, magas e querubins

E o amanhã bateu à porta e já me espera tão lúgubre e terno

E nem observei a luz que banha meus pés nos calos mais profundos

E já me ardem as mãos que seguram no aceno a despedida

Não tive os momentos de elos encantados ao som em naipe de clarins

Não me adiantou o segredo da vida e já me vejo na peleja do atraso

Não afaguei o meu ego, nem senti o orgulho dos reinos absolutos

E já me ferem o peito as vagas resolutas de razões divididas

Nem molhei os lábios de sede na relva de orvalho, mas de lágrimas sem fins...

(dfholanda, Aclimação, 10-12maio2010)

Tim Holanda
Enviado por Tim Holanda em 28/11/2013
Código do texto: T4590945
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