na escuridão
, lembra quando íamos juntos lavar os pés no mar?
você me falava das ruínas do mundo,
das brechas por onde partem os sonhos,
eu escutava com o corpo todo úmido :prolongava o mar:
para caber o instante
depois regressávamos com os pássaros crepusculando a tarde,
o gosto da saudade dissolvendo a boca em beijos
você ficava em silêncio até o último raio de sol morrer na noite,
quando repetia:
... en la otra orilla de la noche
el amor es posible ...
por esses versos eu volto ao mar todos os dias, escrevo,
na sua ausência,
algo que o vento leve aos seus ouvidos ou enfeite os seus cabelos
haveria muito para lhe dizer em pequenas canções :disritmia: no peito:
[[[ vertigem o que é dentro]]]
: você repetia :
… el amor es posible
en la orilla de la noche …
então, apago a luz para guardar na escuridão essas palavras,