QUE POSSO?

Luiz Pádua

Que posso além de amar-te calidamente

como um raio do sol penetrante

entre a densidade das folhas dos arvoredos?

Que posso além de ver, de sentir, de viver,

de nascer cada morte, de voltar cada ida,

de estremecer a cada partida?

Que posso além de amar-te?

Pergunto-te, pois, amaste-me a ponto de jamais fazer fechar

esta flor na penumbra de suas próprias pétalas?

Pergunto-te não por duvidar

Pergunto-te por tanto assim de amar.