Não volta mais

De tempo ao tempo

Saiba que o vento

Quando sopra, forte ou fraco

Traz consigo pensamentos

Palavras ditas ao léu

Mórbidas angustias e sábias esperanças

Não somos mais crianças

Não temos mais tempo

De brincar de roda, de pular amarelinha

De empinar pipa, de jogar pelada na rua

De brincar de esconde, esconde, de passar anel

De escolher no escuro, aperto de mão, abraço ou beijo

Nossas brincadeiras são outras

Não mais sofisticadas que outrora

Nossos pensamentos vão longe

Lá traz buscamos um tempo

Que não volta mais, mas sábio nosso corpo

Faz a lembrança voltar a tona

Ouvir de novo aquela cantiga

Já não tão antiga

Mas que faz nos recordar

Como era bom tudo isso

Toda infância me moldaram

Talvez um romântico, ou um sádico

Um poeta, um lunático

Um carrasco, uma besta quadrada

Com temperamento indiscreto

Com nuances de repente

Faz o tempo com a gente

Um pequeno delirante

De retiradas em retiradas

Nossas angustias, ficaram pra traz

Deixamos de ser capaz

Em tudo que acreditávamos poder

Nem tudo que penso eu posso

Só posso o que tenho

Nem tempo eu tenho mais

Quem dera tudo de novo

Sem tirar nem por

Viveria tão intensamente

Até te encontrar de novo

Roberto F Storti
Enviado por Roberto F Storti em 27/04/2007
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