DONDE PARTEM AS LEMBRANÇAS

Solo

A compor a trova

Donde raios se olvidam do tempo

Correm gélidos rotos mananciais

A amolgarem ressequida alma.

Solo

A ciceronear a semente

- razão do jogo da vida -

Na incursão da vela, na vilania dos mares

Sorvendo, maçando e se rindo.

Solo sempre solo

A inebriar paisagens, a maravilhar abismos

Com notas e teores etílicos

A romper o estro na pueril aurora

A desvirginar tais frestas, passivas.

Meu solo

A cobrir com saudades o esquipático corpo

Já surrado, já descrente do amor

Enterras a bonomia e as sépalas em cancro.

Das heroicas fontes, vês a tela

Ei-la, singrando!

A subir e a desejar muito mais das vagas

Do oceano, do interlúdio

Há pouco, ouvi o cético, cantarolando.

A emaranhar trinados de rolas, de petréis

Bando de rosnados a iludir

Casinhas e bandeiras a tremular, a tremelicar

Lavrando a história a se escapar do colo

Puro rococó, muro a estar só

Nesse estéril solo de lembranças.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/02/2014
Reeditado em 07/02/2014
Código do texto: T4681645
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