DONDE PARTEM AS LEMBRANÇAS
Solo
A compor a trova
Donde raios se olvidam do tempo
Correm gélidos rotos mananciais
A amolgarem ressequida alma.
Solo
A ciceronear a semente
- razão do jogo da vida -
Na incursão da vela, na vilania dos mares
Sorvendo, maçando e se rindo.
Solo sempre solo
A inebriar paisagens, a maravilhar abismos
Com notas e teores etílicos
A romper o estro na pueril aurora
A desvirginar tais frestas, passivas.
Meu solo
A cobrir com saudades o esquipático corpo
Já surrado, já descrente do amor
Enterras a bonomia e as sépalas em cancro.
Das heroicas fontes, vês a tela
Ei-la, singrando!
A subir e a desejar muito mais das vagas
Do oceano, do interlúdio
Há pouco, ouvi o cético, cantarolando.
A emaranhar trinados de rolas, de petréis
Bando de rosnados a iludir
Casinhas e bandeiras a tremular, a tremelicar
Lavrando a história a se escapar do colo
Puro rococó, muro a estar só
Nesse estéril solo de lembranças.