TODA BORBOLETA TEM O SEU ANIMAL

Pobre borboleta!

Amarela como a manhã primaveril

Não sabes quanto encantas outrem.

Membranosas asas beijando o ar

Visitando estames, caçando néctar

A espalhar o pólen, a engravidar o mundo.

Reles lepidóptera!

Seus ocelos não veem, suas antenas tampouco

Parecem cadentes ao horizonte extremo.

Sempre libertas, sempre marotas

Sacolejando, assumindo sua condição bichana

Alinhas com o córtex e se ocultas.

Pobre borboleta!

Prásina como a lata dum ser hepático

Não tocas harpa, não embeleza a vida

Mas, tem as pernas

A deixar a lama que o humano criou.

Pobre humano!

Não sabes entornar o encanto da borboleta

Que nasce lagarta, que se agasalha em crisálida

Ofusca a rasura bípede e ignóbil

Das pessoas à sua volta.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/02/2014
Reeditado em 07/02/2014
Código do texto: T4681757
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.