Viajante

Agora é buscar os horizontes perdidos, é aguçar as andanças, ouvir os sentidos, distante não está longe.

Vou embora prá distante, o aconchego da chegança será o meu lugar, lá eu terei a paz das pedras do porto.

Vou embora prá distante, aonde anoitecer será o meu descanso, comerei a fome que encontrar pelo caminho.

Vou embora prá distante, lá eu sou amigo do tempo, lá eu ando descalço, lá não temo os abraços chegados........, aqui tão poucos, poucos, de tão raros.

Lá o meu olhar será ouvido o meu querer será outorgado.

Vou embora prá distante, lá eu sou amigo do tempo. Lá deitarei à sombra morna das tardes vividas, lá andarei na escuridão desconhecida, iluminado pela luz eterna do querer chegar.

Vou embora prá distante, lá eu sou amigo do tempo.

Lá, à tardinha, quiçá, eu terei a mansidão do colo da mulher amada.

Ah! Flor morena, formosa quimera, por Deus, não tardes a chegar.

Marcos Cavalcanti

Praia de Maria Farinha

Março de 2004

Cavalcanti
Enviado por Cavalcanti em 30/04/2007
Código do texto: T469717