Sentidos em Lavor
Calmoso penar entre o pensar e o cotovelo
A vida tem lá suas esquinas
Não vejo formas dessituadas rompendo cios
Ouço o estalar dos hímens rendidos, que suam nas ruas.
De todos, ouço um pouco, quase um prato
Gorilas e musaranhos me escapam ilesos
Noite em dia sexto, tarde de sexta-feira
Devoro olhares de algodão, famintos estão.
Cercados gestos da menina que a tira-colo segura
Não minto o prensar do ar que engole
Sinto, perto, odores decapitados; evolução
Meço as coisas enfadonhas com a trena da alegria.
Embora haja fome no cadarço que desata
Não interrompe a passada, vento de riba
Reconheço a foice segregadora às datas
Penso no balangar da rede e no olor do uísque que espia.