Sentidos em Lavor

Calmoso penar entre o pensar e o cotovelo

A vida tem lá suas esquinas

Não vejo formas dessituadas rompendo cios

Ouço o estalar dos hímens rendidos, que suam nas ruas.

De todos, ouço um pouco, quase um prato

Gorilas e musaranhos me escapam ilesos

Noite em dia sexto, tarde de sexta-feira

Devoro olhares de algodão, famintos estão.

Cercados gestos da menina que a tira-colo segura

Não minto o prensar do ar que engole

Sinto, perto, odores decapitados; evolução

Meço as coisas enfadonhas com a trena da alegria.

Embora haja fome no cadarço que desata

Não interrompe a passada, vento de riba

Reconheço a foice segregadora às datas

Penso no balangar da rede e no olor do uísque que espia.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/04/2007
Código do texto: T469735
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