Perecia enquanto tua
Moldei-me a teus braços, lábios e passos,
Fugi do destino que me tornou ao teu
E lancei meus desejos ao vento que ecoava.
Transbordei-me em prantos, noutras épocas,
Parti lacres e vasos preciosos,
Mas nem tentei falir tuas expectativas.
Lastimei inúteis pensamentos com apatias tolas,
Cativei alguns olhares por longos metros,
Mas arremessei qualquer lascívia ao córrego da vida.
Enquanto cultivava teus formosos contrastes
Empalideci na confusão de tuas mentiras.
Arrisquei-me a olhar pela fresta,
Senti a gota do orvalho na minha pele
E adormeci no colo da tarde.
Agora. É tarde! Vá!
Despreze deste passado que te partilhei,
Segue em caminhos apartados dos meus
E deixe que este rebento alinhave seu rastro.