O rouxinol

Há tempos um rouxinol sentava à janela

Cantarolava sua bela melodia em ouvidos meus

Ao final, juntava seus frutos e então partia.

Voltava todo anoitecer,

Demonstrava mais afeição na lua cheia

E me passava a segurança de sua bela companhia.

Dias, dias e dias...

No longo e solitário horizonte,

Onde está meu pequeno rouxinol?

Aquele que conheci outrora.

Findou-se com o meio termo do seu canto?

Pairou em outra janela e se dispôs a cantar?

Talvez nada disso.

Como uma lembrança, penso vê-lo lá...

Mas e seu canto?

Não consigo ouvi-lo...

Seu cantarolar, contínuo e vago, se foi.

Não sou mais que ouvidos surdos ao rouxinol.

Pensei ele ter se afastado,

Não. Sou eu.

Eu não mais suporto seu canto.

Levou a minh’alma ao anseio de um futuro bom.

Pobre rouxinol.

Pensa cantar-me todas as noites...

Enquanto alucino por outros cantares.

Metanóia
Enviado por Metanóia em 14/03/2014
Código do texto: T4729183
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