Vácuo

Vácuo

Que me pasmo de frente

Entre gente e sombras

Vagos pensamentos que me permanecem inerte...

Intemporal... Sem raios de sol ou presenças que me façam sorrir.

Pedras que se esbatem

Frio que se faz

Vento que me rodopia numa outra que não eu

Me transforma

Me enrola e engana

Me seduz com almas penadas que me circundam...

Vozes que não se calam, me ensurdecem e corroem

Que não vejo

Feito gritos que calam a alma, que esbatem no corpo

Avassalam o coração

E nos deixam loucos

Definitivamente sós....

Cheiro flores neste quarto podre

Pontapeio tudo o que o envolve

Embalando tudo o que me trás essências tuas

Essas reais....Envolta e perdida na saudade da tua voz...

Aquela que me ironizava, devolvia e me revelava...

Resta-me as tuas roupas, a minha saudade

As tuas memórias e este cheiro a rosas que me leva um pouco até a ti....

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 03/09/2005
Código do texto: T47382