O fundo dos meus olhos

Os meus olhos são um manto negro...

Solidão constante

Precipício que se tornou quando tu partiste...

Outrora verdes e cintilantes

Contando histórias desbravadas ao tempo...

Sem medos

Sem fragilidades

Sonhos dançando e se reflectindo no meu olhar quando este se fundia com o teu.

Os meus olhos são hoje tristeza

Estão silenciosos

Não riem

Não falam

Não te contam mais nada

São o nosso final fúnebre

E o vazio que a ausência me trouxe...

Os meus olhos são hoje da cor do céu

São a chuva

As incidências

As nossas consequências que já não devolverão mais nada...

Os meus olhos são hoje um muro

Um muro que não desmorona nunca

Que fica deste lado impedindo-me de sonhar

Estão de luto

E do verde do meu olhar meu amor...

Não resta nada...

Só quando adormeço e ainda neles Vives...

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 03/09/2005
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