O fundo dos meus olhos
Os meus olhos são um manto negro...
Solidão constante
Precipício que se tornou quando tu partiste...
Outrora verdes e cintilantes
Contando histórias desbravadas ao tempo...
Sem medos
Sem fragilidades
Sonhos dançando e se reflectindo no meu olhar quando este se fundia com o teu.
Os meus olhos são hoje tristeza
Estão silenciosos
Não riem
Não falam
Não te contam mais nada
São o nosso final fúnebre
E o vazio que a ausência me trouxe...
Os meus olhos são hoje da cor do céu
São a chuva
As incidências
As nossas consequências que já não devolverão mais nada...
Os meus olhos são hoje um muro
Um muro que não desmorona nunca
Que fica deste lado impedindo-me de sonhar
Estão de luto
E do verde do meu olhar meu amor...
Não resta nada...
Só quando adormeço e ainda neles Vives...