Solidão

Fico aqui sentada,

remoendo a saudade da palavra,

o seu canto, manto verde que me sossega com um só olhar...

Fico aqui ...Sem mais letras, sem voz, cega e com receio de cantar a alma.

Zango-me com a alma,

Com o mundo

Com esta solidão que me remove do universo das coisas...

A dor é um cravo na pele,

Uma cravilha na alma

uma faca desesperada no coração.

Pior que a mordaça,

pior que o nada

é um vazio que me tortura, me força, me despera e me mata avassaladamente.

Farta de viver,

cansada de egoísmos

de sentinelas

de palavras e a ausência delas

farta do mundo

das tempestades, do céu cinza fruto da queima da alma

Cansada da terra, e do seu vácuo,

aquele abismo que caío, me perco e fico eternamente só!

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 04/09/2005
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