POR TANTO LODO E NADA MAIS

Cerras o féretro e nele embargues as nódoas picantes

Haverá o dia de colarinho, repleto de espuma

Demersais serão os versos de areia e de palha

A lhe cobrir com roxas gérberas o nariz adunco.

Não queiras inda os aplausos e as vaias dos inertes

Presumas que o relinchar da zebra amolgará alma tua

Exasperes-se, corra pela rua, inebriado

O sol ser-lhe-á cíclico enquanto soltar os líquidos.

Não nutras ojerizas pelas ventas que o aqueceste

Importa pouco agora que és tão pálido

Tão mansarrão, a parear com escorrida lasanha de frango

Pobrezinho!

Nem a virgem, nem a fada de botas salpicadas

Outrora eram tantas!

Parelhas-te à contra margem esquerda e a boreste

Que a alma enternecerá, encantar-se á

Por ter alcançado o perquirido por tão pouco

Por tanto lodo e nada mais.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 04/04/2014
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4756096
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