Amando-te
Amando-te
Te amo devagarzinho, como a ultima gotinha da chuva que cai do céu, e vai descendo no tronco da árvore, sem saber ao certo se chegará as raízes. Te amo de forma lenta, como orvalho se despedindo quando chega o sol, e ele com úmidos olhos desfalece e evapora sorrindo ainda. Te amo quando cai uma tempestade e desejo que estejas seguro, te amo na madrugada, nas manhãs e nas tardes que se espreguiçam até o nascer da lua. Te amo tanto e tão intensamente, que é como se fosses um rio correndo em minhas veias, como uma corrente cristalina de puríssimo tom. Ao amar-te assim em cada instante, num perpétuo sentimento, morno e latejante, colho frequentemente notas de canções, como se fossem frutos maduros, e planto as sementes deste amor no umbigo do mundo, e sopro poesias sem parar, como se eu fora um catavento. Mastigo estrelas e pingo poeiras, vasculho escuros e acendo as luzes do dia, ah meu amor, é mais ou menos assim, que sinto você dentro de mim. Um eterno livro de cabeceira, o mais lindo dos poemas, o verso inesquecível, assim sendo, sigo amando-te até o portal de todo meu infinito.
Márcia Poesia de Sá - 2014