Máquinas Humanas

A vida moderna ao mesmo tempo em que nos tornou

seres sedentários nos transformou em escravos do

tempo, remetendo-nos a um ritmo de vida alucinante,

biologicamente desumano.

Submissos ao senhor absoluto tempo, nem nos damos

conta da velocidade a que somos submetidos.

Nesse corre-corre desenfreado não nos questionamos

o porquê de tanta pressa, se quer paramos pra

pensar que quanto mais corremos, mais perto do

destino final chegamos. E o destino final

indistintamente é o mesmo para todos - a morte.

Perante a imensidão do universo a vida é um sopro,

um breve vôo de borboleta. Então que tal começar

a andar mais devagar? Parar jamais, mas caminhar

numa velocidade que nos permita contemplar a vida

em sua plenitude, admirar a beleza de tudo que nos

cerca, observar os detalhes, sentir com todos os

sentidos, nos tornarmos templo de uma poesia

viva e atuante,

penetrar na intimidade mais profunda do nosso eu,

atravessar essa tênue linha que separa sonho e

realidade e sem pressa alguma viver

intensamente cada segundo dessa dádiva

maravilhosa que é a vida.

(Edna Frigato)

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 13/04/2014
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