Santos e Tijuca

Iara caminha por entre as ruas da cidade de Santos, as árvores, os prédios as pessoas lhe remetem a um passado não distante, o mar é novo, está perto, lá era distante. Tijuca, repete o nome deste bairro, Tijuca, Tijuca, Tijuca, como o ponteiro do relógio antigo que ficava na sala de casa, insistindo em lhe lembrar que o tempo passa, segundo a segundo.

Tijuca, onde já foi tão feliz, onde se iludiu, onde deu e teve prazer. Tijuca, a serra invadindo a paisagem e sua mata verdejante se impondo aos olhos. Continua a andar pelas ruas da cidade de Santos, lhe toma uma certa melancolia, vontade de voltar no tempo e corrigir qualquer erro que tenha cometido, refazer o que foi feito, reviver momentos. Mas olha pela esquina e o mar se apresenta, como a lhe dizer: Querida, aqui não é a Tijuca. Mas olhando o mar foi impossível não lembrar daqueles olhos profundos como o mar, quis estar novamente com ele, tentar mais uma vez.

Caminhou em direção ao mar, andando pelos belos jardins da orla de Santos, sentindo a brisa do mar embaraçar seus cabelos. Suspirou e pensou que o mar tem razão, era o que tinha que ser e ela fez o que pôde. Talvez a Tijuca e o quarto com os livros na estante, o Guaraviton e som dos Smiths tenham o seu lugar certo na sua vida: o verão calourento do passado no Rio de Janeiro.