Por Trás da Peçonha Humana

Para mim,

Nenhuma palavra, basta

A indiferença é a diferença decantada

É o bife sem batatas, é o escarninho;

Às vezes, monto histórias

Verdades com brochuras, palmadas

Na chapa fria dos sonhos helicoidais.

Para mim,

Doenças são versos ao acaso, gente

Que não sangram nem na fonte

Parecem broas ressequidas e só

Um meio ao avesso, um pranto, um nó

(mero dó);

Enxadada na face da dor, indolor

Não suspeita do zomol o balde.

Outrossim,

Um beijo desbotado do amor na sorte

Quisera a morte!

De fronte ao prédio carente dum âmago sem fim;

Delicado monte de poeira e sol

Navios que partem sem mais nem cais

Pessoas infames, brigadeiro de massa.

Para mim,

Nenhuma palavra basta!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/05/2007
Código do texto: T478419
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