Coisas da saudade

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
                              Oswaldo Montenegro

 
 
Dias em que meu coração e minha alma entram, silenciosamente, na estação da saudade. Meus olhos aguardam o tempo de brilhar mais, de ser mais e mais luz e espelho. Meus braços desenham um abraço imaginário carregado de ternura. Minha mão se mantem estendida  para acolher a tua.  Meus lábios se entreabrem, na intenção dos teus.
Dias em que meu coração e minha alma se encolhem e não conseguem sintonizar nenhuma música. Por mais que precisem, não conseguem encontrar motivos para a celebração, o riso. Minha boca silencia e suspira. Meus ombros pesam, meus pés se arrastam pela casa vazia e silenciosa ou pelas ruas e calçadas do mundo.
Dias em que meu coração e minha alma atravessam o deserto da solidão e buscam, no alimento das nossas lembranças mais caras e especiais, a força necessária para aliviar o convívio com tua ausência, mínima que seja e com esse meu ir e vir, desassossegado.
Dias em que meu coração e minha alma só sabem sentir e dizer das coisas da saudade e te amar ainda mais!