Tião Preto e Zé Chatim

-Tião Preto meu amigo!

Não sou de conversa fiada,

Minha mãe curou meu umbigo,

Com sal, pimenta, mais nada.

Por isso fiquei valentão,

Mato onça na "porrada"

-Zé Chatim, você é fraco,

Não pode desafiar.

Eu só durmo num buraco,

Abraçado com um gambá.

Enquanto você planta o milho,

Está pronto o meu fubá.

-Tião Preto, outro dia!

Tirei da torneira, aguarrás,

Beijei sua mãe, sua tia,

E elas queriam mais.

Eu dei tiro no capeta,

E facada em satanás.

-Zé Chatim, história pouca!

Não comece apelar.

No lucifer, vesti touca,

Sequei as águas do mar.

Beijei sua mãe na boca,

E ela queria transar.

-Tião Preto, tu és bicha!

Te bato quando eu quiser.

Frito e como lagartixa,

Fiz metrô andar de ré.

Se você morrer agora,

Eu fico com sua mulher.

- Zé Chatim, deixa de prosa,

Isso vai dar confusão.

És pessoa carinhosa,

Me dê um aperto de mão.

Sou seu grande companheiro,

Eu te tenho como irmão.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 08/05/2007
Reeditado em 31/01/2022
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